Gastos de lojista com taxas de cart?es registram queda real no segundo ano seguido


31/07/2017 00h00

 

O Banco Central divulgou no dia 10 as estatísticas de pagamentos de varejo e de cartões no Brasil. Com base nas informações divulgadas pelo BC, a consultoria Boanerges & Cia. calculou a taxa média paga pelos estabelecimentos comercias nas vendas com cartão de crédito e débito e o total de gastos com as taxas dos cartões e chegou à constatação de que a taxa média paga pelos estabelecimentos comercias nas vendas com cartão caiu pelo sétimo ano consecutivo - desde o fim da exclusividade entre as principais credenciadoras e bandeiras em 2010, portanto - e atingiu 2,21% em 2016; a queda no ano passado parece reflexo da abertura do credenciamento de bandeiras onde ainda existia exclusividade, o que aumentou a competição no setor; e que o gasto total dos estabelecimentos comerciais com as taxas de cartões de crédito e débito, por sua vez, atingiu R$ 24,4 bilhões no ano passado (R$ 17,8 bilhões no crédito e R$ 6,5 bilhões no débito), queda real de 4,1% na comparação com 2015. Trata-se do segundo ano consecutivo em que as despesas dos lojistas com as taxas dos cartões registra queda real.

Segundo o BC, considerando apenas as transações domésticas, o faturamento dos cartões de crédito e débito no Brasil atingiu R$ 1,105 trilhão em 2016 (R$ 674 bilhões na modalidade crédito e R$ 430 bilhões na modalidade débito).

Pelo sexto ano consecutivo, o crescimento real do faturamento dos cartões de débito (+4,0% em 2016) superou o dos cartões de crédito (que registrou queda real de 2,1% no ano passado). Para o consultor Vitor França, "a causa está relacionada ao menor custo das vendas no débito para os lojistas e à migração mais intensa para os meios eletrônicos nos pagamentos de menor valor, entre os quais a modalidade débito tem maior participação."

Além disso, destaca o consultor, setores como o de móveis e eletrodomésticos e o de vestuário, onde é mais elevada a participação dos cartões de crédito nas vendas, são exatamente os que mais sofrem com a crise por causa da baixa disposição das famílias a se endividar e da menor oferta de empréstimos por parte de bancos e financeiras.

Após ter registrado queda real em 2015 (-0,6%), o faturamento total das vendas no cartão ficou praticamente estável em 2016 (alta de apenas 0,2%). Segundo a consultoria, o resultado é reflexo direto da crise econômica e da queda do volume de vendas do comércio.

Apesar do baixo crescimento, Vitor França ressalta que o desempenho do faturamento dos cartões pode ser considerado um dado positivo para o setor quando comparado à queda de 6,2% do volume das vendas do varejo e de 5% do volume de serviços prestados apuradas pelo IBGE, e indica, portanto, que o cartão continua ganhando participação nos pagamentos realizados pelas famílias brasileiras.

Segundo o BC, a taxa de desconto média paga pelos estabelecimentos comercias nas vendas com cartão de crédito ficou em 2,65% em 2016, queda de 0,12 ponto percentual em relação a 2015. Já a taxa de desconto média nas vendas com cartão de débito caiu de 1,54% em 2015 para 1,52% em 2016. Para Vitor França, os dados já refletem o fim da exclusividade entre adquirentes e bandeiras que ainda existia no mercado e o consequente aumento da competição no setor.

A taxa média paga pelos estabelecimentos comercias nas vendas com cartão caiu pelo sétimo ano consecutivo - desde o fim da exclusividade entre as principais credenciadoras e bandeiras em 2010, portanto - e atingiu 2,21% em 2016.

Já o gasto total dos estabelecimentos comerciais com as taxas de cartões de crédito e débito atingiu R$ 24,4 bilhões no ano passado (R$ 17,8 bilhões no crédito e R$ 6,5 bilhões no débito), queda real de 4,1% na comparação com 2015. Trata-se do segundo ano consecutivo em que as despesas dos lojistas com as taxas dos cartões registram queda real.

O recuo, na avaliação de França, pode ser explicado pela redução da taxa de desconto média cobrada nas vendas com cartão - reflexo, por sua vez, do aumento na concorrência do setor - e pela menor participação do crédito - cuja taxa de desconto é mais alta - nas vendas dos lojistas.

Para o cálculo dos valores reais, foi considerado o IPCA do IBGE.

 


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