Dia dos Pais: consumidor deve gastar em m?dia R$ 125


04/08/2017 00h00

Dia dos Pais: consumidor deve gastar em média R$ 125

Mais da metade dos consumidores do país (57%) pretendem ir às compras por conta do Dia dos Pais, o que representa em torno de 86,1 milhões de pessoas. Essa parcela supera à registrada no mesmo período do ano passado quando 49% demonstraram a mesma intenção, segundo um levantamento feito pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL).

A pesquisa mostra que esses consumidores devem gastar, em média, R$ 125. Pelo cálculo dos organizadores, o movimento financeiro deve atingir R$ 10,7 bilhões. A maioria (38%) informou que planeja desembolsar o mesmo valor do ano passado. Outros 26% indicaram redução dos gastos e apenas 13% estão dispostos a elevar a quantia.

Para o presidente da CNDL, Honório Pinheiro, "o consumidor está cauteloso para consumir e é importante oferecer opções de menor custo para presentear nas datas comemorativas".

No universo de consumidores com intenção de cortar gastos, o principal motivo alegado foi o orçamento apertado (43%). Entre os entrevistados, 20% indicaram ter outras prioridades e 10% contaram que tiveram queda de salário. Já entre os que manifestaram o desejo de aumentar o valor do presente, 59% disseram que querem escolher um produto melhor e 45% justificaram ter calculado o acréscimo por achar que os presentes estarão mais caros.

Apesar de ter constatado um consumo médio de R$ 125, quando a sondagem separa os entrevistados por classe social, este valor cai para R$ 111 entre os mais pobres. A grande maioria (81%) deve comprar um único item.

Entre os entrevistados que pretendem efetuar compras, 25% estão com alguma parcela atrasada e 21% já entraram para a lista de inadimplentes. O levantamento mostra ainda que 10% assumiram ter o hábito de gastar mais do que podem para presentear o próprio pai e 6% deverão comprar algo para agradar os seus pais deixando de pagar alguma conta.

O educador financeiro do portal do SPC Brasil Meu Bolso Feliz, José Vignoli, alerta que "o consumidor deve presentear, sim. Porém, é importante respeitar o tamanho do próprio bolso, planejar os gastos e fazer muita pesquisa de preço, dando prioridade ao pagamento à vista. Para quem está inadimplente, mesmo que os valores dos presentes possam parecer inofensivos, todo o esforço deve ser direcionado para o pagamento das dívidas".

Os itens mais apontados na lista de presentes para os país são roupas (40%); perfumes e cosméticos (16%) e calçados (16%); seguidos de acessórios como cintos, óculos, carteiras e relógios (14%); vale-presentes (4%) e as comemorações em restaurantes (4%).

Quanto aos meios de pagamentos, a maioria (75%) quer efetuar o pagamento à vista, sendo 66% em dinheiro e 9% com cartão de débito. Outros 16% apontaram o uso do cartão de crédito. Entre os que pretendem parcelar a compra, a média é de três prestações.

A sondagem foi feita com 872 consumidores de ambos o sexos, de todas as classes sociais e idade acima dos 18 anos, em 27 capitais.

Pesquisas apontaram crescimento de 4,5% em intenção no semestre

Pesquisas de intenção de compra realizadas no primeiro semestre apontaram um crescimento tímido de apenas 4,5%. O segundo semestre não conseguirá atingir dados de evolução.

Para o presidente do Conselho do Programa de Administração de Varejo (Provar), da Fundação Instituto de Administração (FIA), o professor e economista Claudio Felisoni de Angelo, o setor não deve ter um segundo semestre de grande evolução.

- Os incentivos para o consumo ainda são muito pequenos. Precisamos melhorar nossa confiança na política para que o mercado encontre uma reação definitiva.

O Provar realiza pesquisas trimestrais de intenção de compra que apontaram um crescimento em torno de 2,5% do terceiro trimestre de 2017 (projetado) sobre o terceiro de 2016. Para o professor Felisoni "esse crescimento é muito pequeno se compararmos com índices de anos anteriores, principalmente se levarmos em consideração que se trata de um crescimento sobre uma base muito baixa".

Além do problema estrutural da renda média do brasileiro - em torno, hoje, de R$ 2 mil - outro problema que o varejo enfrenta no país é a ausência de crédito. A crise política que vivemos hoje no Brasil tem relação direta com isso. Para Felisoni, a crise política leva a uma crise de confiança, e na ausência de confiança no mercado os investimentos somem, o que acaba refletindo diretamente nas vendas do varejo. Mesmo as ações pontuadas que o governo tentou para amenizar a crise, como a injeção de valores do FGTS no mercado, não serão capazes de patrocinar uma retomada definitiva de crescimento do varejo brasileiro para o segundo semestre.

- Os reflexos serão muito pequenos. O que o Brasil realmente precisa são de mudanças estruturais, capazes de permitir o ingresso de mais consumidores no mercado. A estabilidade econômica vai abrir gradativamente novas e sustentáveis possibilidades para as operações varejistas - diz.

Mastercard fala em trimestre positivo pela primeira vez após dois anos

Pela primeira vez em dois anos, as vendas totais mostraram desempenho positivo trimestral: o período abril-maio-junho teve crescimento de 1,1% sobre 2016, de acordo com o SpendingPulse, indicador de varejo da Mastercard. Pelo segundo mês consecutivo, as vendas do varejo também apresentaram crescimento: em junho, elas aumentaram 2,6% em relação ao mesmo mês do ano anterior.

Setores como supermercados e móveis e eletrodomésticos cresceram acima das vendas totais; enquanto vestuários, artigos de uso pessoal e doméstico combustíveis, artigos farmacêuticos, material de construção e restaurantes tiveram desempenho abaixo.

O comércio eletrônico cresceu 18,9% em junho em relação ao mesmo período do ano anterior, mantendo a forte expansão dos últimos meses. Os setores de móveis, vestuários e eletrônicos tiveram resultados superiores à média do canal de distribuição, enquanto hobby & livraria e artigos farmacêuticos ficaram abaixo do crescimento do canal.

Considerada uma relevante data comercial, a semana que antecedeu o Dia dos Namorados, em 12 de junho, apresentou crescimento das vendas de 1,2% em relação ao mesmo período em 2016.

As regiões Sul (4,0%) e Sudeste (3,0%) tiveram desempenho acima da média, enquanto Norte(1,4%), Nordeste (2,1%) - e, a única a apresentar resultados negativos, o Centro-oeste (-1,5%) - ficaram abaixo do registrado pelo varejo, na comparação com junho de 2016.

- O ambiente econômico ainda se mantém desafiador, com perspectiva de manutenção da alta taxa de desemprego e, consequentemente, a deterioração do crescimento da massa salarial; o que também refletiu na queda da confiança do consumidor em junho com relação ao mês anterior. Mesmo com este panorama instável, há uma possibilidade de melhora gradativa no comércio varejista nos próximos meses - avalia César Fukushima, economista-chefe da Mastercard Advisors no Brasil.

 


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